quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Ele é livro. Ele é poesia, é conto... É ninguém. O novo livro de Mailson Furtado intitulado "ele" é poema-livro ou um livro-poema tal qual "à cidade" (Jabuti 2018).
Nesse novo trabalho, o autor mantém a subjetividade poética que caracteriza sua escrita...esse brincar com as palavras, adjetivos, verbos...frases.
No eu-lírico em terceira pessoa, um narrador sem face (ou com todas elas) baila no sala de estar do escritor. O 'ele' é homem, menino... ancião, deveras. Vai e vem por lá e cá. É muitos entre nós. São tantos Mailsons, Antônios, Josés contido n'ele' e assim, a poesia flui como rio que bebe da sua própria fonte.
"viver é etcétera" dizia Guimarães Rosa como faz "ele" homem-comum que poderia habitar um 'poema sujo" de Gullar ou ainda observar a 'vida de besta, meu deus" de Itabira aos olhos de Drummond, mas não: Ele é tempo Furtado do poeta cearense que craveja, em diamante, uma poética prazerosa de se viver em cada página ou em cada estar do personagem-narrador. Um texto-poema-livro para ser lido e vivido em qualquer tempo e ou a qualquer hora.
Um lindo trabalho gráfico. Texto prazeroso de se ler entre gravuras/imagens que amplia o compreender da obra. Papel não cansa a vista. Capa enigmática que provoca a curiosidade que só é saciada depois da leitura.
Dados da Obra:
Título: Ele
Autor: Mailson Furtado
96 páginas.
Ano 2020
Produção independente
Impressão: Expressão Gráfica e Editora
Capa: Renancio Monte
Literatura brasileira. Poemas
Texto: SILVA, Marcello. 2020
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